quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pontilismo

O pontilismo, ou dotwork, é, como o nome já diz, um estilo de desenho composto por pontos. Na história da arte ocidental, o surgimento dessa técnica está associado ao Impressionismo, mas é considerado um estilo pós-impressionista, chamado propriamente de Pontilhismo ou Divisionismo. Uma ideia geral do Impressionismo é que as pinturas reproduzem as impressões do artista, ou seja, sua visão imediata e momentânea de algo. Dessa forma, quadros impressionistas eram pintados com relativa velocidade, usando pinceladas rápidas e com movimentos precisos.
Posteriormente, a técnica do pontilhismo começou a ser usada para efeitos de sombra em desenhos realistas. Quanto maior a quantidade de pontos e mais juntos, maior seria o efeito de profundidade. Isso permitia que as variações de sombra fossem atingidas com maior precisão. 
Na verdade, formar um desenho a partir de pontos é um preceito básico da tatuagem, se pensarmos que, antes de surgir a máquina eléctrica, a maioria das técnicas consistia em fazer vários pontos com agulhas, até preencher completamente um determinado espaço. Pelo próprio funcionamento da máquina de tatuagem, uma tattoo moderna também é feita com pontos, só que o batimento da agulha é tão rápido que não nos damos conta disso, porque nem mesmo conseguimos enxergar o processo, só o efeito resultante no traço.
Mesmo sem perder de vista a história do pontilhismo na arte ocidental, se repararmos a maior parte das tatuagens pontilhadas, vamos perceber que há uma preferência por desenhos orientais ou geométricos, como os mandalas e as artes sagradas hindus, budistas, tibetanas, tailandesas, entre outras. Isso me faz pensar que, talvez, o pontilhismo na tatuagem tenha se originado dessas práticas antigas como a tatuagem Yantra, realizada na Tailândia. De fato, muitos tatuadores modernos que se dedicam ao dotwork usam uma técnica chamada handpoking, dispensando a máquina e fazendo da haste com a agulha uma espécie de caneta. Essa técnica é bastante semelhante às usadas em rituais orientais de tatuagem, nos quais se usam bastões de madeira ou bambu com agulhas atadas às pontas.




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