quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Tatuagem e a Históra das Culturas



Existem várias histórias e mitos sobre tatuagem por toda área do planeta terra.
Uma das hipóteses sobre o surgimento/uso das tatuagens é sobre marcas e cicatrizes de guerra, que representaria força e a capacidade de ser vitorioso em situações adversas. Acredita-se que foi a partir da crença do reconhecimento do poder que o homem passou então a marcar o corpo voluntariamente com tatuagens, usando tintas vegetais e espinhos de plantas para fazerem a arte.
Em 1991, por meio de estudos arqueológicos feitos com carbono 14, foi possível saber que no período Neolítico, pré-história ou idade da pedra polida, que durou até por volta do décimo milênio antes de Cristo, foi encontrado um homem que teve tatuagens por toda a coluna – 57 no total. Só foi possível contabilizar porque ele estava perfeitamente congelado nos Alpes. Posteriormente, encontraram, no Egipto, 3 múmias de mulheres que tinham tatuagem por todo o corpo.
No século III, o historiador romano Herodes registou que os homens tatuavam seus corpos com artes de temas diversos envolvendo animais e natureza e não se vestiam para deixar à mostra. Nativos de várias partes tatuavam seus corpos por motivos ligados a crenças e rituais religiosos. Todos os povos que viviam em terras cercadas pelo Oceano Pacífico e os mares do Sul tinham a tatuagem como tradição.
Foi na Inglaterra, em 1769, no período das grandes navegações, que a palavra “Tattoo” surgiu pela primeira vez, graças ao capitão inglês James Cook. Ele registou em seu diário como “tattoow”, pois era o som emitido enquanto se tatuava – neste período usava-se ossos finos como agulhas e uma espécie de martelinho para permitir a entrada da tinta na pele. Cook descobriu esta arte em uma viagem ao Taiti, ao se deparar com a população coberta de imagens no corpo no lugar de roupas.
No Japão, a tatuagem também foi conhecida através de navegações, através com contato de japoneses com a cultura da Polinésia. No período feudal, a tatuagem no Japão servia como forma de punição à criminalidade, e nesse período a tatuagem era considerada pior que a morte. Porém, em um período de grande repressão, ser criminoso representava certa resistência ao que era imposto à população, e assim a tatuagem tornou-se símbolo dessa resistência. Acredita-se que até então o Japão foi o país que mais aprimorou esta arte, a partir de bambus e rica matéria-prima para pigmentação extraída da fauna.
Mas não foi só nisso que os japoneses aprimoraram a tatuagem: eles também criaram técnicas e estilos próprios, que até então era a tradicional ou tribal. O “tebori” era uma forma de tatuar com um tipo de pincel formado por agulhas feitas a partir do bambu. O trabalho demandava força manual para inserir o pigmento. Eles inovaram também em relação ao uso das cores, para criar efeitos tridimensionais, e colocaram toda a sua cultura nesta arte.
Na China, as “mulheres L” fazem parte de uma antiga tradição cultural que tem resistido ao tempo, porém com cada vez menos adeptas. A população habita uma área montanhosa no sul da ilha Hainan, e o lugar, apelidado de “A cauda do dragão”, é considerado um tanto misterioso. O povo dessa região tem uma ligação íntima com sua religião e acredita ser guiado espiritualmente por xamãs. Dentre suas tradições, o desenho na pele, feito principalmente em mulheres, está entre as mais fortes. Os desenhos se diferenciam de acordo com a tribo e a família. A tatuagem na mulher faz parte de um ritual: a primeira, feita aos 13 ou 14 anos, serve para mostrar que a jovem já pode casar. A arte é admirada dentre as Li e, de acordo com a crença, os desenhos permitem que a pessoa as pessoas sejam reconhecida pelos seus ancestrais após a morte.
Na Índia, foi desenvolvida uma técnica para tatuagens temporária chamadas “Mehndi”, uma pintura corporal feita com hena a partir de pigmentos naturais. A técnica foi desenvolvida para fins decorativos em festas, e, no geral, levam temas românticos e muito rico em detalhes. A arte fica na pele por aproximadamente uma semana. Além de linda, esta arte é carregada de significados espirituais e terapêuticos, para atrair saúde, sorte, prosperidade, felicidade e amor.
A tatuagem passou por várias transformações, seja por conta das culturas diversas ou as técnicas diferentes e de aperfeiçoamento. Apreciada ou abominada, é uma arte que faz parte da humanidade. Actualmente, cada pessoa que possui tatuagem, seja uma ou muitas, assim como desde os primórdios, busca dar significado para a arte presente em seu corpo. O que de fato vem acontecendo é que ainda existe sim muito preconceito ao falar ou fazer uma tatuagem, mas, assim como há a evolução humana, a tatuagem também passa por este processo constantemente, ganhando espaço social cada vez maior. 

Sem comentários:

Enviar um comentário