terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Técnica oriental de tatuagem com as mãos TEBORI


Tebori, ou “tatuagem com as mãos”, é uma técnica artesanal nascida em meados do século XIX no Japão. Consiste em tatuar o corpo utilizando apenas uma ferramenta com agulhas de aço dispostas em fileiras isoladas ou amontoadas presas a uma longa haste de bambu ou de marfim, que era pressionada manualmente contra a pele do tatuado.
Os pigmentos utilizados no tebori eram igualmente artesanais, fabricados pelo próprio tatuador a partir de plantas e pedras moídas em pó misturadas com água. Por esse motivo, suas cores e efeitos eram mais difíceis de ser alcançados com as técnicas ocidentais de tatuagem.
Na época em que foi criada, a tatuagem era estritamente proibida. Por isso, os tatuadores tinham que trabalhar nas suas casas com a maior discrição possível. Os clientes conseguiam chegar a eles apenas pelo boca a boca e se fossem apanhados seriam punidos pelo imperador.
Os aprendizes desta técnica oriental costumavam viver com seus mestres e eram treinados por cinco anos apenas observando o trabalho de aplicação, o preparo de tintas artesanais e os métodos de desenho. Após o longo treinamento, trabalhavam de forma independente por um ano entregando todos os ganhos ao seu mestre, como sinal de gratidão e respeito.
A Tebori requer técnicas especiais. Deve ser feita por punção da pele com as agulhas suavemente ajustando o ângulo e a força das mãos com precisão para alcançar a derme de forma correta. Para haver tanta precisão, é necessário treinar muito. Os antigos aprendizes praticavam em sua própria pele em busca da perfeição.
Essa prática de tatuagem é, normalmente, utilizada com desenhos um pouco maiores e sem muitos detalhes para que possam ser vistos à distância, com figuras mais ásperas, em motivos orientais como carpas, dragões, samurais, hannyas etc.
Por ser um método demorado e muito doloroso, a arte do Tebori era visto no oriente como um símbolo de coragem, e também era usado como método de identificação para grupos mafiosos, como a Yakuza.
Nos dias de hoje, a prática com essa técnica avançou muito, principalmente nos materiais utilizados: as agulhas são pré-fabricadas e destacáveis da haste, sendo descartáveis, e a haste em si é feita de titânio ou de aço. Mesmo com tantas mudanças, o ritual continua o mesmo, e os grandes artistas que dominam a técnica acreditam que, antes do desenho fazer parte de seu corpo, deverá fazer parte do seu coração. Para eles, só assim se conectará com a sua própria verdade. Se o artista considerar banal o motivo pelo qual o cliente se deseja tatuar, tenderá a recusar-se a fazer o trabalho.

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